O uso de probióticos para intolerantes à lactose

Uso de probióticos para intolerantes à lactose

Em um momento em que muito se fala sobre alimentos funcionais, a mídia abre espaço para documentários sobre o tema enquanto empresas buscam aumentar suas vendas mostrando os benefícios de seus alimentos para a saúde. Entenda melhor sobre os probióticos, as “bactérias do bem” que ajudam na prevenção de doenças e também na digestão da lactose.

O intestino humano é um tubo elástico, divido em intestino delgado e intestino grosso ou cólon. O intestino delgado é o local onde os nutrientes são digeridos e absorvidos, e o cólon é a porção responsável pala absorção de água e alguns minerais (eletrólitos).

Em condições normais, inúmeras espécies de bactérias estão presentes no intestino. Estas bactérias são conhecidas como microbiota intestinal e exercem influência considerável sobre diversas reações bioquímicas que ocorrem neste local, além de impedir que microrganismos potencialmente patogênicos se multipliquem e afetem a saúde, principalmente do trato gastrointestinal.

Porém, em situações de desequilíbrio, estas bactérias benéficas podem ter seu número diminuído, favorecendo o crescimento de bactérias prejudiciais à saúde. Os probióticos são bactérias benéficas à saúde, capazes de sobreviver no intestino humano, ao competir por locais de ligação com bactérias possivelmente patogênicas.

Os probióticos (ingeridos sob a forma de cápsulas ou como componente de alguns alimentos, como os leites fermentados) se instalam na mucosa intestinal, e dificultam a sobrevivência destas bactérias patogênicas. Os probióticos alimentam-se de algumas fibras alimentares e de lactose, transformando-as em ácidos graxos de cadeia curta, que são utilizadas pelas próprias células intestinais como fonte de energia.

Desta forma, além de favorecer a integridade das células do intestino, agem como um importante auxiliar no tratamento dos sintomas da intolerância à lactose, pois este carboidrato, apesar de não ser digerido no intestino delgado dos intolerantes, ao chegar ao intestino grosso será rapidamente consumido pelas bactérias probióticas e pode auxiliar a amenizar os sintomas desagradáveis da IL como a diarréia, a distensão abdominal e as cólicas intestinais.

Quer saber mais? Assista ao vídeo Tudo sobre probióticos no nosso Canal do YouTube

Alimentos contendo probióticos, podem ser consumidos pela grande maioria dos portadores de IL, pois no próprio alimento, estas bactérias iniciam a “quebra” da lactose, facilitando a digestão do alimento, além de promover os benefícios mencionados acima. Inúmeros benefícios à saúde são atribuídos à ingestão de probióticos:

  • controle da microbiota intestinal, pela competição com bactérias nocivas
  • estabilização desta microbiota após o uso de antibióticos
  • diminuição da população de bactérias nocivas através da produção de ácidos acético e lático, de substâncias bactericidas (bacteriocinas) e de outros compostos antimicrobianos
  • estimulação do sistema imununológico
  • alívio da constipação (“prisão de ventre”)
  • aumento da absorção de minerais e produção de vitaminas

Embora ainda não comprovados, outros efeitos atribuídos a essas culturas são a diminuição do risco de câncer de cólon e de doença cardiovascular. Acredita-se também que favoreçam a diminuição das concentrações plasmáticas de colesterol, redução da atividade ulcerativa de Helicobacter pylori, controle da colite induzida por rotavirus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções urogenitais, além de efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade, diminuindo o risco de surgimento de alguns tipos de câncer, além de efeitos anti-hipertensivos.

Juliana Crucinsky
Nutricionista
Graduada pelo Instituto de Nutrição da UERJ, especialista em Nutrição Enteral e Parenteral pela Santa Casa de Misericórdia (RJ), especialista em Gestão da Saúde e Administração Hospitalar pela Universidade Estácio de Sá, em Nutrição Esportiva, pela Universidade Gama Filho.